Servidores do Sistema Socioeducativo participam de aula sobre letramento racial

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Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a população brasileira é formada, majoritariamente, por 56% de pessoas pretas e pardas. Mesmo assim, conta-se nos dedos a pouca representatividade existente nos três poderes – Legislativo, Judiciário e Executivo. Essa disparidade diz respeito às formas de racismo estrutural e institucional, disse a antropóloga Renata Nogueira, responsável pela capacitação de professores do DF no ensino de história e cultura afrobrasileira, durante aula sobre letramento racial para servidores da subsecretaria do Sistema Socioeducativo (Subsis).

A convite da subsecretaria de Direitos Humanos e Igualdade Racial (Subdhir), ligada à Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), Renata Nogueira explicou que as diversas formas de racismo são resultado de mais 300 anos de escravidão. No Brasil, segundo ela, desde o princípio tentou-se normalizar a escravidão e, por séculos, mesmo com avanços de representatividade, o lugar de fala tem pouca ocupação. No caso específico da vivência dos servidores do Sistema Socioeducativo, o desafio é significativo porque muitos adolescentes em conflito com a lei sequer sabem quais são seus direitos.

Iniciativa apresentou aula sobre letramento racial para servidores da subsecretaria do Sistema Socioeducativo (Subsis) | Foto: Divulgação/Sejus-DF

“A discussão e o conhecimento sobre as formas de racismo são relevantes. O letramento racial é uma iniciativa que contribui para que os servidores e a sociedade compreendam a necessidade de combater o racismo conjuntamente”, disse Marcela Passamani, secretária de Justiça e Cidadania.

Participação

Priscila Correia Roquete, há 5 anos na Gerência de Esporte, Diversidade e Cultura da Subsis, participou da aula com a perspectiva de agregar conhecimento. “A maioria dos adolescentes atendidos é negra, enquanto grande parte dos servidores é branca. Por isso é fundamental participar do letramento”, disse. Segundo ela, muitos adolescentes não conhecem ou se reconhecem como negros, por isso o tema afrodescendência deve ser estudado na escola, para se entender a história, suas origens e conquistas.

Thauanne Souza, junto de sua cão guia, Fênix, fez questão de participar do encontro. Ela, que é assistente social e está há 5 anos no Sistema Socioeducativo, disse que o letramento racial é mais uma ferramenta e metodologia para trabalhar com os adolescentes, por contribuir para transformar o caminho que eles vão seguir.

O subsecretário da Subdhir, Juvenal Araújo Júnior, disse que o letramento racial é uma iniciativa que pretende mostrar que a luta contra o racismo deve vir da sociedade como um todo, não apenas da população negra. “A invisibilidade existe apesar de os negros serem a maioria da população”, destacou. A aula ministrada nesta segunda-feira, no Instituto de Pesquisa e Estatística do DF (IPEDF), faz parte das ações comemorativas do Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro.

*Com informações da Sejus-DF

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