Fechado desde 2014 por descumprimento das normas de segurança, combate a incĂȘndio e acessibilidade, o Teatro Nacional Claudio Santoro passa por uma extensa obra de restauro que visa a modernização do equipamento pĂșblico. Com recursos da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) e contratação pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), a intervenção foi dividida em quatro etapas pelo nĂvel de complexidade que o trabalho exige.
Por se tratar de um projeto antigo que foi criado na dĂ©cada de 1960, hĂĄ a necessidade de grandes modificaçÔes no espaço para seguir as diretrizes do Corpo de Bombeiros e do MinistĂ©rio PĂșblico do Distrito Federal e TerritĂłrios (MPDFT). AlĂ©m disso, o projeto precisa respeitar as caracterĂsticas do tombamento mantendo a originalidade, conforme as instruçÔes do Instituto do PatrimĂŽnio HistĂłrico e ArtĂstico Nacional (Iphan).
“Desafio Ă© a palavra certa para definir essa obra. Porque o teatro foi fechado pela questĂŁo de segurança e pela falta de acessos Ă população com dificuldade de locomoção. EntĂŁo temos que atender Ă s normas de segurança, ao mesmo tempo que as normas de patrimĂŽnio. Foi feito um ajuste buscando manter a originalidade para preservar o bem e dar acesso e qualidade ao frequentador”, explica a engenheira da Novacap e fiscal da obra, Daiana de Andrade.
Em execução desde dezembro de 2022, a primeira etapa contempla as adequaçÔes de segurança – que jĂĄ serĂŁo aproveitadas nas outras etapas –, a Sala Martins Pena e o respectivo foyer. Integram o conjunto de serviços a reforma das instalaçÔes prediais, sobretudo elĂ©trica, hidrĂĄulica e de climatização; recuperação estrutural; restauração de pisos e revestimentos acĂșstico, esquadrias e de mobiliĂĄrios, alĂ©m de atualização tecnolĂłgica e de segurança das estruturas e dos mecanismos cĂȘnicos, respeitando os requisitos de acessibilidade.
“A obra foi pensada e dividida desde os projetos. Esse primeiro foco Ă© a Sala Martins Pena e o foyer. Mas tambĂ©m tivemos avanços na parte de instalaçÔes que fomos executando para que contemplasse a infraestrutura para as prĂłximas etapas”, complementa Daiana de Andrade. Ă o caso do reservatĂłrio de incĂȘndio, dos sistemas de exaustĂŁo, ar condicionado e incĂȘndio e da sala dos geradores.
Estão sendo investidos pelo Governo do Distrito Federal (GDF) na primeira fase cerca de R$ 70 milhÔes. Jå a reforma completa compreenderå ainda quatro etapas que incluem a Sala Villa-Lobos, o Espaço Dercy Gonçalves, a Sala Alberto Nepomuceno e o anexo. Além disso, estå prevista uma fase complementar e independente para a aquisição e instalação de elevadores de palco.
HistĂłria
O Teatro Nacional Claudio Santoro (TNCS) foi projetado por Oscar Niemeyer em 1958, para ser o principal equipamento cultural da nova capital do Brasil. Foi chamado inicialmente de Teatro Nacional de BrasĂlia, mas, em 1989, mudou de nome em homenagem ao maestro e compositor que fundou a orquestra sinfĂŽnica do Teatro.
O espaço tambĂ©m presta tributo aos compositores Heitor Villa-Lobos e Alberto Nepomuceno e ao dramaturgo Martins Pena, que dĂŁo nome Ă s salas do equipamento pĂșblico, e Ă atriz Dercy Gonçalves, que batiza o mezanino.
Ao longo da histĂłria, o Teatro Nacional recebeu grandes nomes da mĂșsica, da dança e do teatro – entre outros, Mercedes Sosa, BalĂ© Bolshoi, Ăpera de Paris, Fernanda Montenegro, Dulcina de Moraes, JoĂŁo Gilberto, Caetano Veloso e Maria BethĂąnia.
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