Em um incidente que vem gerando ampla discussão sobre os padrões de atendimento em unidades de saúde, uma mulher grávida deu à luz no chão de uma maternidade em Duque de Caxias, Rio de Janeiro, na madrugada de sexta-feira, 22 de março, embora o caso só tenha sido divulgado na quarta-feira, 28 de março. Queli Santos Adorno, a mãe, chegou ao hospital por volta das 22h, sendo inicialmente atendida por uma médica que aconselhou a paciente a aguardar no local pelo nascimento do bebê.
Contudo, a situação tomou um rumo alarmante aproximadamente às 4h, quando outra médica, descrita por Queli como grosseira, a instruiu a voltar para casa. A gestante, experiente em seu quarto parto, insistiu sobre a iminência do nascimento: “Essa aqui é minha quarta gestação, eu não estou treinando, essa criança vai nascer, doutora, eu não posso ir pra casa.”
Apesar de seus apelos e do evidente estado de parto, a médica entregou a Queli um documento confirmando que ela poderia ser dispensada, mas ressaltou a recusa da paciente em deixar a unidade. Em meio à falta de assistência adequada e sofrendo as dores do trabalho de parto, Queli acabou dando à luz no chão da maternidade às 6h. Um vídeo do ocorrido mostra a mãe expressando sua frustração e apontando a negligência médica: “Doutora negligente, eu falei. Disse tanto e ela não acreditou em mim”, lamentou.
Após o parto, Queli foi finalmente internada. Em busca de justiça, os irmãos da nova mãe dirigiram-se a uma delegacia para registrar o ocorrido, porém, foram confrontados com a recusa da polícia em documentar a ocorrência.
Este caso chocante destaca uma questão crítica no sistema de saúde: a qualidade do atendimento a gestantes em maternidades. O incidente levantou preocupações sobre o treinamento e a sensibilidade dos profissionais de saúde em reconhecer e atender adequadamente as necessidades de mulheres em trabalho de parto. Além disso, suscita um debate necessário sobre os protocolos hospitalares para gestantes que chegam às unidades de saúde, especialmente aquelas em estágios avançados de parto.
A comunidade e ativistas da área da saúde exigem respostas e medidas imediatas para prevenir que incidentes semelhantes aconteçam no futuro, reforçando a necessidade de um atendimento médico que seja não apenas tecnicamente competente, mas também empático e respeitoso com as pacientes. Enquanto o caso de Queli Santos Adorno continua a provocar indignação, ele serve como um lembrete perturbador da importância de assegurar que todas as mulheres recebam o cuidado e o suporte necessários durante um dos momentos mais significativos de suas vidas.
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